Era uma criança, desde pequena, que gostava de brincar sozinho, absorto em meus pensamentos.
Tinha pouco mais de um aninho de idade, meus pais moravam numa casa simples cercada por terrenos baldios. Lembro-me que não havia muros e nem cercas.
Ao lado de nossa modesta casa havia um terreno onde eu costumava brincar.
Certo dia estava eu brincando na areia quando de repente... Olhei para frente e deparei-me com uma imagem assustadora.
Vi a pouca distância um senhor caminhando lentamente pelo terreno, um pouco agachado, mas o que mais me chamou atenção era o enorme saco que levava nas costas!
Num desespero tremendo gritei por minha mãe:
- Mãeeeeeeeeee ! Mãeeeeeeeeêêê!
E comecei a correr em direção a porta de minha casa sem olhar para trás!
Foi ai que deparei com minha mãe assustada vindo ao meu encontro.
- Que foi menino!?
- o homem do saco!
Repeti assustado:
- O homem do saco mãe !
Olhando assustado para trás, já amparado por mamãe pude perceber o sorriso inocente, daquele homem que tanto me apavorou, olhando para minha mãe sem saber o que dizer.
Foi quando ela sorrindo me disse:
- Não filho, este não é o homem do saco, ele está apenas trabalhando!
- Ele está procurando ferro velho e material usado para vender.
Apesar de estar agora tranqüilo sobre a proteção de mamãe continuei sem entender muito bem.
Afinal ele era o "homem do saco" - eu vi!
E acho que foi um dos maiores sustos que levei em minha vida.
Mais tarde aprendi que nem tudo o que nós vemos é a realidade!
Então fui aprendendo as aparências se enganam.
E que temos que ser cautelosos e nunca tomar decisões precipitada!
domingo, dezembro 23, 2007
quarta-feira, maio 23, 2007
RECANTO DAS LETRAS
No recanto tenho meus textos em prosa e verso.
Inclusive vários audios (poemas falados).
Aguardo vocês lá.
Inclusive vários audios (poemas falados).
Aguardo vocês lá.
terça-feira, janeiro 16, 2007
EU E O PRESIDENTE
Hoje relembro com saudade daquele tempo de criança em que na simplicidade vivi grandes momentos que hoje recordo com emoção.
Um dos fatos que lembro é o dia que o Presidente Jânio Quadros visitaria minha cidade, Campo Belo – MG.
O Ano era 1960, o mês não me recordo, acredito que tenha sido no início do lançamento da Campanha Presidencial.
Lembro-me da “vassourinha” que foi seu mote de campanha e do jingle que ecoava o tempo todo pelas ruas da cidade e até mesmo no campo: “varre, varre, varre, varre vassourinha / varre, varre a bandalheira / que o povo já 'tá cansado / de sofrer dessa maneira / Jânio Quadros é a esperança desse povo abandonado!, e também se dizia "homem do tostão contra o milhão". recordo também dos cartazes com a foto do Jânio estampada por todos os lugares e vassourinha que eu mesmo exibia com orhulho. Mesmo tendo apenas 9 anos gostava de ver meu avô comentar e discutir política com seus amigos fzendeiros principalmente na época de Getúlio Vargas quando mandou cortar os cafezais, lembro-me muito bem do meu avô revoltado com a situação política na época.
Havia o tio Cristiano que estava sempre metido com grupos políticos da região, fora até vereador na década de cincoenta e lembro-me bem da rivalidade entre seus opositores. A UDN (União Democrática Nacional) era um partido forte na época. Muitas vezes deparava-me com tio Cristiano reunido com seus aliados e surpreendia-o muitas vezes em discussões efusivas e com frequência falavam da UDN. Recordo certa vez passando em frente ao sobrado onde estava reunido com partidários ao me ver deixou o grupo e veio todo sorridente me ver e me abraçar lá na calçada por onde passava.
Os meus tios avós falavam muito sobre Jânio Quadros que seria com certeza o novo presidente do Brasil.
Certo dia ouvi a notícia sobre a visita do candidato a presidência em nossa cidade! Fiquei atento a conversa e logo percebi que todos iriam numa carreata esperar o Jânio Quadros no Campo de Aviação que na época fica cerca de doze quilõmetros no lugarejo chamado Santana do Jacaré nome de um afluente do Rio Grande que corta o Município do Porto dos Mendes, onde residia o tio Cristiano e a família toda por parte de meu pai. Na época costumava ficar o tempo todo na casa da minha bisavó, casa do tio Juarez onde normalmente se reuniam diariamente todos os tios. Não poderia deixar de ouvir os comentários sobre os preparativos da carreata que aconteceria no dia seguinte e logo quis saber se eu poderia ir junto.
- Lógico que você pode ir Adauto – respondeu logo a tia Arlete.
Fiquei muito feliz e mal podia esperar para acontecimento inédito, ia conhecer o futuro presidente do Brasil e vê-lo chegar de avião no Campo de Aviação.
Todos os meus tios possuiam um Ford 29 que na época era chamado de “furreca”, igual a este da foto.
O tio Renato, o tio Gumercindo e o tio Mário sempre iam na fazenda da vovó e deixavam estacionado debaixo do velho ipê na porteira em frente a sede. Eu gostava de ficar lá na frente do carro olhando o ipê florido através do vidro do parabrisa da “furreca”. Parece que as flores, os galhos e as nuvens formavam um cenário maravilhoso, era como se fosse um filme, uma miragem!
Mas voltando a carreata, saimos todos em fila pela estrada de terra rumo ao campo de avição, antes mesmo de sair da cidade todos apontaram para o céu onde o avião do Jânio começava a sobrevoar e o cortejo se apressava ao destino.
Podia perceber a cor do avião pintado já com as cores da bandeira nacional, verde e amarelo. Logo chegamos no campo de aviação e vimos o bimotor que trazia o candidato aterrisar naquela pista de terra deixando para trás uma nuvem de poeira.
Pouco depois os carros, todos iguais (não haviam muitos modelos diferentes) estavam já a postos para retornar a cidade, ao hotel Maracanã onde o Jânio Quadros ficaria hospedado.
Como o Hotel era de meus tios, acampanhei a comitiva até o saguão do hotel e pude estar junto com o ilustre visitante e acompanhar a movimentação mesmo sem se dar conta do assunto.
Muitos anos depois, em 1985 me encontro novamente com Jânio Quadros - agora candidato novamente, mas à Prefeitura de São Paulo.
Estive juntamente com o Gutierres, amigo pessoal do Jânio, durante uma visita ao Diretório do PDB em Itaquera e lá pude estar com ele e conversar sobre sua visita a minha cidade natal há trinta e cinco anos atrás. Disse-me que recordava sim desta visita de campanha e da cidade.
Depois de uma conversa, num gesto de intimidade pega no bolso de minha camisa um maço de cigarro e diz:
- Vou pegar um cigarro seu e assim o fez sem cerimônias.
Não pude esconder um certo desconforto pois o cigarro que eu tinha no bolso era uma marca comum, dos mais baratos, mas isso não lhe pareceu nenhum problema e continuamos ainda conversando sobre educação e cultura além da necessidade de apoio a sua candidatura, claro.
Depois posamos para algumas fotos e durante o resto de sua campanha pude juntamente com o Gutierres acompanhá-lo por muitos bairros da Zona Leste.
A partir dai, mesmo depois de seu mandato de Prefeito, pude participar de vários encontros com o mesmo.
Cheguei a participar também do MRP - Movimento Renovador Político fundado por ele e comandado pelo Dr. Paulo Zing. Eram reuniões um tanto eruditas que se falava ainda de grupos comunistas atuantes no Brasil na década de oitenta e da necessidade de combatê-los e até assumindo discursos bizarros.
Lembro-me que nesta época estavm sempre nas comitivas o cantor Moacyr Franco entre outros fiéis seguidores do Ex-Presidente Jânio Quadros.
E sinto-me honrado por ter em vários momentos participado de alguns momentos com esta ilustre figura e guardo com carinho e envaidecido de possuir um “bilhetinho” caraterística marcante deste político. Sempre que queria passar alguma mensagem escrevia um “bilhete” !
Assim guardo mais esta recordação de que “eu conheci pessoalmente Jânio da Silva Quadros” .
Um dos fatos que lembro é o dia que o Presidente Jânio Quadros visitaria minha cidade, Campo Belo – MG.
O Ano era 1960, o mês não me recordo, acredito que tenha sido no início do lançamento da Campanha Presidencial.
Lembro-me da “vassourinha” que foi seu mote de campanha e do jingle que ecoava o tempo todo pelas ruas da cidade e até mesmo no campo: “varre, varre, varre, varre vassourinha / varre, varre a bandalheira / que o povo já 'tá cansado / de sofrer dessa maneira / Jânio Quadros é a esperança desse povo abandonado!, e também se dizia "homem do tostão contra o milhão". recordo também dos cartazes com a foto do Jânio estampada por todos os lugares e vassourinha que eu mesmo exibia com orhulho. Mesmo tendo apenas 9 anos gostava de ver meu avô comentar e discutir política com seus amigos fzendeiros principalmente na época de Getúlio Vargas quando mandou cortar os cafezais, lembro-me muito bem do meu avô revoltado com a situação política na época.
Havia o tio Cristiano que estava sempre metido com grupos políticos da região, fora até vereador na década de cincoenta e lembro-me bem da rivalidade entre seus opositores. A UDN (União Democrática Nacional) era um partido forte na época. Muitas vezes deparava-me com tio Cristiano reunido com seus aliados e surpreendia-o muitas vezes em discussões efusivas e com frequência falavam da UDN. Recordo certa vez passando em frente ao sobrado onde estava reunido com partidários ao me ver deixou o grupo e veio todo sorridente me ver e me abraçar lá na calçada por onde passava.
Os meus tios avós falavam muito sobre Jânio Quadros que seria com certeza o novo presidente do Brasil.
Certo dia ouvi a notícia sobre a visita do candidato a presidência em nossa cidade! Fiquei atento a conversa e logo percebi que todos iriam numa carreata esperar o Jânio Quadros no Campo de Aviação que na época fica cerca de doze quilõmetros no lugarejo chamado Santana do Jacaré nome de um afluente do Rio Grande que corta o Município do Porto dos Mendes, onde residia o tio Cristiano e a família toda por parte de meu pai. Na época costumava ficar o tempo todo na casa da minha bisavó, casa do tio Juarez onde normalmente se reuniam diariamente todos os tios. Não poderia deixar de ouvir os comentários sobre os preparativos da carreata que aconteceria no dia seguinte e logo quis saber se eu poderia ir junto.
- Lógico que você pode ir Adauto – respondeu logo a tia Arlete.
Fiquei muito feliz e mal podia esperar para acontecimento inédito, ia conhecer o futuro presidente do Brasil e vê-lo chegar de avião no Campo de Aviação.
Todos os meus tios possuiam um Ford 29 que na época era chamado de “furreca”, igual a este da foto.
O tio Renato, o tio Gumercindo e o tio Mário sempre iam na fazenda da vovó e deixavam estacionado debaixo do velho ipê na porteira em frente a sede. Eu gostava de ficar lá na frente do carro olhando o ipê florido através do vidro do parabrisa da “furreca”. Parece que as flores, os galhos e as nuvens formavam um cenário maravilhoso, era como se fosse um filme, uma miragem!
Mas voltando a carreata, saimos todos em fila pela estrada de terra rumo ao campo de avição, antes mesmo de sair da cidade todos apontaram para o céu onde o avião do Jânio começava a sobrevoar e o cortejo se apressava ao destino.
Podia perceber a cor do avião pintado já com as cores da bandeira nacional, verde e amarelo. Logo chegamos no campo de aviação e vimos o bimotor que trazia o candidato aterrisar naquela pista de terra deixando para trás uma nuvem de poeira.
Pouco depois os carros, todos iguais (não haviam muitos modelos diferentes) estavam já a postos para retornar a cidade, ao hotel Maracanã onde o Jânio Quadros ficaria hospedado.
Como o Hotel era de meus tios, acampanhei a comitiva até o saguão do hotel e pude estar junto com o ilustre visitante e acompanhar a movimentação mesmo sem se dar conta do assunto.
Muitos anos depois, em 1985 me encontro novamente com Jânio Quadros - agora candidato novamente, mas à Prefeitura de São Paulo.
Estive juntamente com o Gutierres, amigo pessoal do Jânio, durante uma visita ao Diretório do PDB em Itaquera e lá pude estar com ele e conversar sobre sua visita a minha cidade natal há trinta e cinco anos atrás. Disse-me que recordava sim desta visita de campanha e da cidade.
Depois de uma conversa, num gesto de intimidade pega no bolso de minha camisa um maço de cigarro e diz:
- Vou pegar um cigarro seu e assim o fez sem cerimônias.
Não pude esconder um certo desconforto pois o cigarro que eu tinha no bolso era uma marca comum, dos mais baratos, mas isso não lhe pareceu nenhum problema e continuamos ainda conversando sobre educação e cultura além da necessidade de apoio a sua candidatura, claro.
Depois posamos para algumas fotos e durante o resto de sua campanha pude juntamente com o Gutierres acompanhá-lo por muitos bairros da Zona Leste.
A partir dai, mesmo depois de seu mandato de Prefeito, pude participar de vários encontros com o mesmo.
Cheguei a participar também do MRP - Movimento Renovador Político fundado por ele e comandado pelo Dr. Paulo Zing. Eram reuniões um tanto eruditas que se falava ainda de grupos comunistas atuantes no Brasil na década de oitenta e da necessidade de combatê-los e até assumindo discursos bizarros.
Lembro-me que nesta época estavm sempre nas comitivas o cantor Moacyr Franco entre outros fiéis seguidores do Ex-Presidente Jânio Quadros.
E sinto-me honrado por ter em vários momentos participado de alguns momentos com esta ilustre figura e guardo com carinho e envaidecido de possuir um “bilhetinho” caraterística marcante deste político. Sempre que queria passar alguma mensagem escrevia um “bilhete” !
Assim guardo mais esta recordação de que “eu conheci pessoalmente Jânio da Silva Quadros” .
Este vídeo retrata a época que retrata as minhas lembranças.
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