A Fazenda da Mata, ou Fazenda São João fora do meu bisavô Abílio. Vovô João comprou a pelos idos de 1953 e lá passei os mais doces anos da minha infância.
Ah quantas estripulias, quantas aventuras lá vivenciei !
Nos primeiros dez anos a fazenda era muito freqüentada ainda pelos irmãos de Vovó, o tio Juarez, Tio Neném, Tio Mário, Tio Júlio, Tio Renato e a própria Vovó Dolores, Mãe Vó como a tratávamos. Os primos Nardinho, Diogo freqüentavam mais a casa. O casarão era estilo colonial, havia muitas dependências e por isso era possível receber muitos hóspedes.
Gostava quando minha avó Anita recebia umas amigas do Rio; Era um pessoal da cidade e eu ficava espiando de longe aqueles hábitos diferentes dos que eu conhecia.
Mas sentia mesmo a vontade quando nas férias reuníamos os primos lá Dalmilho, Jane, Raquel, Ariete, Denise, Antonio, entre outros. Mas estes citados eram os da minha época que mais compartilhávamos as aventuras e as brincadeiras. Minha irmã Bernadete era novinha e o Pascoal ainda muito criança nem podia acompanhar-nos em todo lugar.
Quando iam embora ficava aquela monotonia... não restava outra opção de vez em quando compartilhar algumas brincadeiras com os filhos dos camaradas.
No final da tarde chegava da roça acompanhados do pai e de outros funcionários o Carlinhos, o Toninho, e o José, (Zé) mas eram crianças de outro nível, muito simples e chegavam cansados mal podiam brincar.
Na fazenda, quando a tarde caia vovô corria para o lado do rádio, as vezes acompanhados por algum empregado e ficavam ouvindo programação de Música Sertaneja para irritação da minha avó que não gostava. Depois hora da novela no Rádio, minha avó e mamãe iam para o lado do Rádio enquanto meu avô se retirava, de vez em quando indo jogar truco lá na sala com os amigos.
Mal a noite se firmava todos começavam a retirar-se. Dormíamos cedo, pois a lida no campo iniciava-se cedo antes do nascer do sol.
A vida lá na fazenda foi modificando se radicalmente, o movimento, a lida com o cafezal, foi cada vez mais diminuindo. Meu pai levou-nos para um Sítio que herdara lá no Porto dos Mendes, no Morro Grande, meu tio To alba estudava fora, só vinha para a fazenda nas férias. Eu, sempre que podia ia passar uns dias lá e o meu quarto preferido era o do meu tio Toalba, pois ele dava as janelas todas para a frente e para o Curral, podia-se acordar cedo com a movimentação dos retireiros ao trazer as vacas para a ordenha.
Certa noite, estávamos só nós três, meus avós e eu. Como não havia companhia me recolhi cedo, ouvia cada badalado do velho carrilhão lá na sala próximo ao meu quarto. Fora isso e algumas vezes o som de algum pássaro noturno era silêncio total.
Podia-se ver as estrelas pela janela que eu sempre deixava aberta para contrariedade de vovó que ia nas pontas do pé e as fechava e eu da mesma forma as abria depois de algum tempo sem fazer ruído.
Era uma noite tranqüila, meus avós deviam star em sono pesado e eu ainda estava meio acordado pensando e olhando para as estrelas lá no firmamento.
De repente - ouvi a trava de madeira ser retira da porta da sala e ser colocada no canto. Como era piso de assoalho, e com o silêncio da noite ouvia se nitidamente o som. Levantei a cabeça, sem sair de minha cama, procurei ver se era meu avô ou minha avó que fora ver algo. Não podia evitar nada a não ser a porta acabando se abrir por total uma das partes.
Um silêncio profundo se fez até que ouvi a minha avó lá de seu quarto falar:
- menino! O que está fazendo ai ? Por que abriu a porta!?
Eu mal pude responder... balbuciando disse lá da minha cama mesmo;
- não fui eu, não sai da minha cama! E virei-me do lado obrindo-me e ficando quieto sem se mexer até que o sono veio!
Lembro que meu avô se levantou, fechou a porta, colocou aquela trave de madeira e saiu resmungando. Creio que pensara que fora eu fazendo arte.
Pude ouvi-lo a caminho de seu quarto;
_ Ara.. esse menino !...
No dia seguinte, levantei-me, meu avô já havia ido para a roça e encontrei minha vó lá diante do fogão a lenha!
Antes mesmo que ela disse algo perguntei-lhe:
- Vó, o que foi aquilo ontem?
- Não fui eu que abri a porta não!
Calmamente ela respondeu acalmando-me.
- Não se preocupe menino, deve ter sido papai, ele sempre aparece por aqui.
- No final de semana eu vou fazer uma visita lá no "Centro" e ver o que ele queria. ode estar precisando de oração.
E assim passou a semana e quando chegamos a cidade foi ela ao centro e contou-me depois que realmente era o Vô Abílio, ele sente saudades e vem sempre visitar a casa.
Mas está tudo bem sim com ele! - disse com toda a naturalidade. Acho que por isso nunca me assustei com fatos inexplicáveis. Aceito-os e acredito que: - " entre o céu e a terra há muito mais coisa que nossa vâ filosofia possa conhecer! "
Obs.: Vô Abílio faleceu no mesmo ano que eu nascera, eu não cheguei a conhecê-lo. Um porta retrato que vovó possui dele me chamava os seus olhos azuis, bem azuis.
segunda-feira, novembro 27, 2006
Inocência na luz vermelha
Chegara as tão sonhadas férias. Eu tinha meus 15 anos, estava estudando no Seminário em Itajubá, Sul de Minas Gerais. Só visitava minha família nas férias.
No meio do ano eram pouco mais de 15 dias então passava em São Paulo com meus pais e irmãos. Mas as férias de final de ano, as mais esperadas ia para São Paulo e depois de ficar alguns dias com meus pais, geralmente depois do Natal ia com minha mãe e meus irmãos para a cidade natal, Campo Belo.
Revia os primos, os tios, e a maior parte do tempo queria passar na roça, na fazenda com meus avós. Como eram gostosos estes dias que lá passava.
Finais de semana íamos todos para a cidade, não que eu gostasse, pois na fazenda era muito mais divertido, mesmo quando só eu estava lá. Andava a cavalo, nadava muito, escalava morros e sem falar na fartura de frutas que lá havia.
Quando estava na cidade costumava passar algum tempo em companhia dos primos e principalmente do Nardinho, um primo em segundo grau, mas para mim todos eram primos. Ele era um pouco mais velho que eu e costumava me levar para um restaurante em frente a Praça da Matriz, esquina com a Afonso Pena e lá entre conversas e animação íamos saboreando um torresminho e tomando uma cerveja. Não estava acostumado a tomar cerveja, mas pela sua insistência eu o acompanhava.
Nardinho era uma destas pessoas que conhecia todos da cidade e apresentava-me a todos os seus amigos.
Certo dia ele disse-me - hoje a noite passo na casa da vó Anita para te pegar, quero levá-lo a casa de uma amiga.
Como eu gostava da companhia do primo não poderia recusar o convite.
A tardezinha, já anoitecendo fomos nós em direção a Estação Ferroviária à visita combinada.
Chegamos a uma casa próximo a Estação onde ele foi entrando e cumprimentando a todos.
Entramos por uma sala ampla, com algumas mesinhas e cadeiras onde algumas pessoas conversavam, geralmente casais. Logo encontrou uma moça a qual fui apresentado.
- Este é o Adauto, meu primo ele está estudando no Seminário - disse ele a moça.
Em seguida me vi sentado a uma mesinha com aquela moça que começou a conversar comigo e a perguntar-me sobre a vida lá no Seminário. Como era, o que eu fazia, etc...
Logo notei o desaparecimento do meu primo e continuei lá naquela sala em penumbra, havia algumas lâmpadas vermelhas tornando o ambiente um tanto reservado.
Não faltaram assuntos, a moça parecia curiosa a perguntar-me sobre o meu dia a dia e eu calmamente e inocentemente continuei a responder a tudo até que começou a faltar-me assunto e ela já meio sem graça também silenciou. Vez ou outra lançava-me um olhar e um sorriso.
Indaguei-me sobre o Nardinho, onde teria ido e ela calmamente me acalmou dizendo que logo estaria lá de volta. Tratou de reforçar o prato de petiscos e pedir mais cerveja.
Já se fazia tarde, minha ansiedade e meu desconforto ali aumentava.
Foi ai que surgiu o Nardinho acompanhado de outra moça que da mesma forma da primeira apresentou-me como seu primo que estudava no Seminário.
Perguntou a minha anfitrião se gostou de mim, esta respondeu que sim meia encabulada também.
Despedimos-nos e fomos para casa, minha mãe e minha avó devia já estar preocupadas comigo.
Caminhamos meio em silêncio sem ao menos comentar sobre a visita e cada qual foi para sua casa como se nada tivesse acontecido.
Minha mãe e minha avó nada perguntaram e logo fui para o meu quarto ainda sem saber exatamente o que era aquele lugar que conhecera. Achara sim um tanto estranho, pois a casa apesar de pessoas aparentemente felizes, comendo e bebendo, achei-as um tanto frias para ser uma casa e de amigas do Nardinho.
Passou-se um ou dois dias... pude ouvir a tia Arlete - que era uma daquelas pessoas alegras com uma risada contagiante e forte - contar para o tio Juarez, outras tias e amigas que o Nardinho havia me levado a Zona.
Foi ai então que compreendi o motivo daquele convite. Mas continuei na minha inocência sem ao menos ter deixado ser iniciado.Fiquei morrendo de vergonha, encabulado e evitei confrontar-me com os tios por um bom tempo, se contaram para minha mãe não sei, porque nunca ouvi comentário por parte dela.
Nunca mais falamos sobre o assunto e muitos anos se passaram, mais de 40 anos, outro dia comentei o episódio pela primeira vez com o Nardinho durante uma conversa com ele, no Messenger, visto que mora em Brasília desde aquela época e nunca mais o encontrei, somente agora pela internet.
- Ah, isso não foi nada, das coisas que eu aprontava esta foi a menor. - disse-me ele !
No meio do ano eram pouco mais de 15 dias então passava em São Paulo com meus pais e irmãos. Mas as férias de final de ano, as mais esperadas ia para São Paulo e depois de ficar alguns dias com meus pais, geralmente depois do Natal ia com minha mãe e meus irmãos para a cidade natal, Campo Belo.
Revia os primos, os tios, e a maior parte do tempo queria passar na roça, na fazenda com meus avós. Como eram gostosos estes dias que lá passava.
Finais de semana íamos todos para a cidade, não que eu gostasse, pois na fazenda era muito mais divertido, mesmo quando só eu estava lá. Andava a cavalo, nadava muito, escalava morros e sem falar na fartura de frutas que lá havia.
Quando estava na cidade costumava passar algum tempo em companhia dos primos e principalmente do Nardinho, um primo em segundo grau, mas para mim todos eram primos. Ele era um pouco mais velho que eu e costumava me levar para um restaurante em frente a Praça da Matriz, esquina com a Afonso Pena e lá entre conversas e animação íamos saboreando um torresminho e tomando uma cerveja. Não estava acostumado a tomar cerveja, mas pela sua insistência eu o acompanhava.
Nardinho era uma destas pessoas que conhecia todos da cidade e apresentava-me a todos os seus amigos.
Certo dia ele disse-me - hoje a noite passo na casa da vó Anita para te pegar, quero levá-lo a casa de uma amiga.
Como eu gostava da companhia do primo não poderia recusar o convite.
A tardezinha, já anoitecendo fomos nós em direção a Estação Ferroviária à visita combinada.
Chegamos a uma casa próximo a Estação onde ele foi entrando e cumprimentando a todos.
Entramos por uma sala ampla, com algumas mesinhas e cadeiras onde algumas pessoas conversavam, geralmente casais. Logo encontrou uma moça a qual fui apresentado.
- Este é o Adauto, meu primo ele está estudando no Seminário - disse ele a moça.
Em seguida me vi sentado a uma mesinha com aquela moça que começou a conversar comigo e a perguntar-me sobre a vida lá no Seminário. Como era, o que eu fazia, etc...
Logo notei o desaparecimento do meu primo e continuei lá naquela sala em penumbra, havia algumas lâmpadas vermelhas tornando o ambiente um tanto reservado.
Não faltaram assuntos, a moça parecia curiosa a perguntar-me sobre o meu dia a dia e eu calmamente e inocentemente continuei a responder a tudo até que começou a faltar-me assunto e ela já meio sem graça também silenciou. Vez ou outra lançava-me um olhar e um sorriso.
Indaguei-me sobre o Nardinho, onde teria ido e ela calmamente me acalmou dizendo que logo estaria lá de volta. Tratou de reforçar o prato de petiscos e pedir mais cerveja.
Já se fazia tarde, minha ansiedade e meu desconforto ali aumentava.
Foi ai que surgiu o Nardinho acompanhado de outra moça que da mesma forma da primeira apresentou-me como seu primo que estudava no Seminário.
Perguntou a minha anfitrião se gostou de mim, esta respondeu que sim meia encabulada também.
Despedimos-nos e fomos para casa, minha mãe e minha avó devia já estar preocupadas comigo.
Caminhamos meio em silêncio sem ao menos comentar sobre a visita e cada qual foi para sua casa como se nada tivesse acontecido.
Minha mãe e minha avó nada perguntaram e logo fui para o meu quarto ainda sem saber exatamente o que era aquele lugar que conhecera. Achara sim um tanto estranho, pois a casa apesar de pessoas aparentemente felizes, comendo e bebendo, achei-as um tanto frias para ser uma casa e de amigas do Nardinho.
Passou-se um ou dois dias... pude ouvir a tia Arlete - que era uma daquelas pessoas alegras com uma risada contagiante e forte - contar para o tio Juarez, outras tias e amigas que o Nardinho havia me levado a Zona.
Foi ai então que compreendi o motivo daquele convite. Mas continuei na minha inocência sem ao menos ter deixado ser iniciado.Fiquei morrendo de vergonha, encabulado e evitei confrontar-me com os tios por um bom tempo, se contaram para minha mãe não sei, porque nunca ouvi comentário por parte dela.
Nunca mais falamos sobre o assunto e muitos anos se passaram, mais de 40 anos, outro dia comentei o episódio pela primeira vez com o Nardinho durante uma conversa com ele, no Messenger, visto que mora em Brasília desde aquela época e nunca mais o encontrei, somente agora pela internet.
- Ah, isso não foi nada, das coisas que eu aprontava esta foi a menor. - disse-me ele !
quarta-feira, novembro 15, 2006
MORRO DA ÉGUA
Era uma daquelas tardes de verão em que as cigarras pareciam estar afinando o som para uma grande orquestra. O sol brilhava e algumas nuvens carregadas despontavam no horizonte, mas grande parte do céu mantinha-se azul. Papai disse a mamãe que precisava levar a massa de mandioca seca para vovó fazer a farinha lá na fazenda e que iria mandar-me levar a cavalo.
Preparou dois sacos (50 kg), encheu-os da massa de mandioca já seca, amarrou os sacos e ajeitou-os na garupa da égua que estava já encilhada e pronta para me levar a fazenda da Mata. Se apressasse iria chegar lá antes do anoitecer, era uma boa caminhada, umas duas ou três léguas de distância (aproximadamente 15 km). Mas como ia carregado, a égua não era assim tão ligeira, precisava se apressar e papai logo despachou-me recomendando que eu fosse direto com medo que a chuva me pegasse no caminho.
Eu tinha apenas oito anos de idade mas sabia me virar e conhecia bem o caminho para a fazenda do vovô.
Após as recomendações de meus pais, tomei a bênção de papai e de mamãe e pulei na sela em meio a carga que iria transportar e segui meu caminho.
Passei pela fazenda da Beija, depois em frente a venda lá na beira da estrada do Porto e segui em direção ao Morro da Égua. Agora entrando numa trilha que cortava o morro em direção ao Morro da Onça, nenhuma casa, nenhum sítio ou fazenda a não ser depois, lá do outro lado ao terminar a descida do Morro havia sim um Sítio com uma casinha com um curral ao lado bem na beira da estrada, mas ia demorar a chegar lá.Enquanto caminhava lentamente no lombo da égua pelas trilhas daquele morro, ia sentindo os dois sacos pendurados na garupa cada qual querendo pender para um ou outro lado. Mas estava bem amarrados, não havia perigo de cair, pensava e aproveitava para olhar uma ou outra fazenda que se avistava ao longe podendo visualizar a silhueta esbranquiçada da sede com seus telhados vermelhos escuros. No caminho cruzava apenas com bandos de anús espalhafatosos e alguns gaviões em busca de presas em seus vôos rasantes. Lá em cima parece que São Pedro estava preparar alguma faxina bem pesada. As nuvens se aglomeravam e o céu começara a escurecer de repente. Isso não era bom sinal, a égua mostrava-se sinal de cansaço e não apressava os passos e eu começava a me preocupar pois não havia nenhuma casa ou abrigo a vista. E as chuvas de verão costumam ser fortes e com muitos raios e trovões por estas bandas. O que fazer ? Nada senão continuar o percurso, já estava começando a descida do Morro da Égua, voltar agora não dava mais, com um pouco mais de sorte chegaria ainda antes do anoitecer no mínimo na fazenda do tio Orosimbo, assim pensava eu.De repente um trovão esbravejou de tal modo fazendo um grande eco no vale lá em baixo na mata. Outros raios e trovões se sucederam, cada vez mais fortes e de repente veio a chuva que preencheu todos os cantos que minha vista alcançava. O que fazer ? Senti que os sacos de massa de mandioca seca já não eram mais secos e certamente o peso duplicaram no lombo do animal. Desci, tomei as rédias e a dianteira e num grande esforço continuei debaixo daquela chuva a puxar e conduzir a égua que antes me transportava. Ficar ali, debaixo daquela chuva, debaixo de árvores não era bom, havia muitos raios. Tinha que chegar naquele sítio lá em baixo e pedir auxílio!
A noite antecipou sua vinda, tudo ficou escuro mal podia ver a trilha a minha frente e cada vez mais eu me esforçava para puxar a égua que não estava mais suportando o peso, mas não podia fazer nada, eu nem agüentaria tirar de seu lombo aqueles sacos, cada um do meu tamanho e agora encharcados muito pesados. Conversava com a égua, pedindo-lhe calma e que colaborasse para que pudéssemos chegar num abrigo. Na medida do possível ela procurou entender-me e seguiu-me.
Já podia avistar uma fraca luz a cerca de uns mil metros, sabia que estava chegando no sítio lá na baixada, ufa que alívio!
Sai da trilha e rumei em direção daquele sítio, a luz de lamparina agora estava mais forte e podia ter a certeza de que havia alguém lá.
Abri a porteira do curral e levei minha égua para uma cobertura e dirigi-me a porta da sala e chamei: - Ó de casa? - Tem alguém ai?
- De casa?
- Oi, quem é?
- Nossa, marido tem um menino aqui todo molhado!
Fui logo dizendo a dona:
- Sou filho do Walter, neto da Anita e do João Dolores.
- Uai, entra menino, vamos trocar esta roupa molhada.
Nisto o marido foi lá no curral retirar os sacos e a sela do lombo da égua. A dona tratou de arrumar uma calça e camisa do marido, embora grande, vesti e me aqueceu depois de me secar com uma toalha que ela me deu.
Na casa só havia o casal, já era tarde e a dona tratou de arrumar a cama no quarto de hóspedes e disse para eu ir deitar e seguir viagem no dia seguinte eu agradeci e fui me recolher.
No dia seguinte, bem cedinho levantei, vi que o tempo havia melhorado, já não chovia mais e o sol estava para nascer. Tomei um gole de café com leite quentinho com uns biscoitos de polvilho. Logo agradeci a pousada, a acolhida e segui minha viagem, um pouco adiante passei pela casa do Osmar, um camarada do tio Orosimbo, logo depois passei pela fazenda do tio Orosimbo que já estava na lida lá pelo curral. Sem mesmo descer da égua tomei a benção e segui ao meu destino.Por volta das sete horas da manhã, ao cruzar o Morro da Onça o sol já brilhava no céu agora límpido ! Já podia avistar a fazenda da Mata. A fumaça branca saindo da chaminé denunciava já a Vó Anita em sua lida diária.
Chegando apeei de minha égua, antes mesmo de retirar-lhe a carga subi pelas escadas do alpendre lá da sala e fui direto a cozinha onde surpreendi minha vó que olhou espantada.
- Nossa menino, chegou cedo hein?
Mal sabia ela o que sucedera na noite anterior. Ai comecei a narrar o que aconteceu e onde busquei abrigo.
Ela confessou então que havia pensado em mim e achava que eu não viria devido ao mal tempo e ficou aliviada por ver me bem e a salvo.
Missão cumprida ! A tardezinha, depois de assegurar-me que o tempo não iria piorar retornei ao Morro Grande para não preocupar meus pais. Naquela época não havia como se comunicar, não havia telefone.
A volta foi tranqüila pelo bom tempo e pelo fato de agora não estar carregando nenhuma carga pesada. E para quem já cavalgou deve saber que o animal caminha melhor quando está retornando. Cheguei em casa antes do sol se por e encontrei meus pais ansiosos pois meu pai havia tido alguns pressentimentos na noite anterior e inclusive mamãe me contara que ele ouvira um grande ruído, um estrondo muito forte lá na encosta do morro e havia ficado muito preocupado comigo.
Contei tudo o que havia ocorrido e que apesar do susto, do frio e do medo consegui abrigo e depois seguir viagem com tranqüilidade.
Hoje, lembro destes fatos com saudade e até me orgulho de situações que enfrentei apesar da tenra idade naquela época.
Preparou dois sacos (50 kg), encheu-os da massa de mandioca já seca, amarrou os sacos e ajeitou-os na garupa da égua que estava já encilhada e pronta para me levar a fazenda da Mata. Se apressasse iria chegar lá antes do anoitecer, era uma boa caminhada, umas duas ou três léguas de distância (aproximadamente 15 km). Mas como ia carregado, a égua não era assim tão ligeira, precisava se apressar e papai logo despachou-me recomendando que eu fosse direto com medo que a chuva me pegasse no caminho.
Eu tinha apenas oito anos de idade mas sabia me virar e conhecia bem o caminho para a fazenda do vovô.
Após as recomendações de meus pais, tomei a bênção de papai e de mamãe e pulei na sela em meio a carga que iria transportar e segui meu caminho.
Passei pela fazenda da Beija, depois em frente a venda lá na beira da estrada do Porto e segui em direção ao Morro da Égua. Agora entrando numa trilha que cortava o morro em direção ao Morro da Onça, nenhuma casa, nenhum sítio ou fazenda a não ser depois, lá do outro lado ao terminar a descida do Morro havia sim um Sítio com uma casinha com um curral ao lado bem na beira da estrada, mas ia demorar a chegar lá.Enquanto caminhava lentamente no lombo da égua pelas trilhas daquele morro, ia sentindo os dois sacos pendurados na garupa cada qual querendo pender para um ou outro lado. Mas estava bem amarrados, não havia perigo de cair, pensava e aproveitava para olhar uma ou outra fazenda que se avistava ao longe podendo visualizar a silhueta esbranquiçada da sede com seus telhados vermelhos escuros. No caminho cruzava apenas com bandos de anús espalhafatosos e alguns gaviões em busca de presas em seus vôos rasantes. Lá em cima parece que São Pedro estava preparar alguma faxina bem pesada. As nuvens se aglomeravam e o céu começara a escurecer de repente. Isso não era bom sinal, a égua mostrava-se sinal de cansaço e não apressava os passos e eu começava a me preocupar pois não havia nenhuma casa ou abrigo a vista. E as chuvas de verão costumam ser fortes e com muitos raios e trovões por estas bandas. O que fazer ? Nada senão continuar o percurso, já estava começando a descida do Morro da Égua, voltar agora não dava mais, com um pouco mais de sorte chegaria ainda antes do anoitecer no mínimo na fazenda do tio Orosimbo, assim pensava eu.De repente um trovão esbravejou de tal modo fazendo um grande eco no vale lá em baixo na mata. Outros raios e trovões se sucederam, cada vez mais fortes e de repente veio a chuva que preencheu todos os cantos que minha vista alcançava. O que fazer ? Senti que os sacos de massa de mandioca seca já não eram mais secos e certamente o peso duplicaram no lombo do animal. Desci, tomei as rédias e a dianteira e num grande esforço continuei debaixo daquela chuva a puxar e conduzir a égua que antes me transportava. Ficar ali, debaixo daquela chuva, debaixo de árvores não era bom, havia muitos raios. Tinha que chegar naquele sítio lá em baixo e pedir auxílio!
A noite antecipou sua vinda, tudo ficou escuro mal podia ver a trilha a minha frente e cada vez mais eu me esforçava para puxar a égua que não estava mais suportando o peso, mas não podia fazer nada, eu nem agüentaria tirar de seu lombo aqueles sacos, cada um do meu tamanho e agora encharcados muito pesados. Conversava com a égua, pedindo-lhe calma e que colaborasse para que pudéssemos chegar num abrigo. Na medida do possível ela procurou entender-me e seguiu-me.
Já podia avistar uma fraca luz a cerca de uns mil metros, sabia que estava chegando no sítio lá na baixada, ufa que alívio!
Sai da trilha e rumei em direção daquele sítio, a luz de lamparina agora estava mais forte e podia ter a certeza de que havia alguém lá.
Abri a porteira do curral e levei minha égua para uma cobertura e dirigi-me a porta da sala e chamei: - Ó de casa? - Tem alguém ai?
- De casa?
- Oi, quem é?
- Nossa, marido tem um menino aqui todo molhado!
Fui logo dizendo a dona:
- Sou filho do Walter, neto da Anita e do João Dolores.
- Uai, entra menino, vamos trocar esta roupa molhada.
Nisto o marido foi lá no curral retirar os sacos e a sela do lombo da égua. A dona tratou de arrumar uma calça e camisa do marido, embora grande, vesti e me aqueceu depois de me secar com uma toalha que ela me deu.
Na casa só havia o casal, já era tarde e a dona tratou de arrumar a cama no quarto de hóspedes e disse para eu ir deitar e seguir viagem no dia seguinte eu agradeci e fui me recolher.
No dia seguinte, bem cedinho levantei, vi que o tempo havia melhorado, já não chovia mais e o sol estava para nascer. Tomei um gole de café com leite quentinho com uns biscoitos de polvilho. Logo agradeci a pousada, a acolhida e segui minha viagem, um pouco adiante passei pela casa do Osmar, um camarada do tio Orosimbo, logo depois passei pela fazenda do tio Orosimbo que já estava na lida lá pelo curral. Sem mesmo descer da égua tomei a benção e segui ao meu destino.Por volta das sete horas da manhã, ao cruzar o Morro da Onça o sol já brilhava no céu agora límpido ! Já podia avistar a fazenda da Mata. A fumaça branca saindo da chaminé denunciava já a Vó Anita em sua lida diária.
Chegando apeei de minha égua, antes mesmo de retirar-lhe a carga subi pelas escadas do alpendre lá da sala e fui direto a cozinha onde surpreendi minha vó que olhou espantada.
- Nossa menino, chegou cedo hein?
Mal sabia ela o que sucedera na noite anterior. Ai comecei a narrar o que aconteceu e onde busquei abrigo.
Ela confessou então que havia pensado em mim e achava que eu não viria devido ao mal tempo e ficou aliviada por ver me bem e a salvo.
Missão cumprida ! A tardezinha, depois de assegurar-me que o tempo não iria piorar retornei ao Morro Grande para não preocupar meus pais. Naquela época não havia como se comunicar, não havia telefone.
A volta foi tranqüila pelo bom tempo e pelo fato de agora não estar carregando nenhuma carga pesada. E para quem já cavalgou deve saber que o animal caminha melhor quando está retornando. Cheguei em casa antes do sol se por e encontrei meus pais ansiosos pois meu pai havia tido alguns pressentimentos na noite anterior e inclusive mamãe me contara que ele ouvira um grande ruído, um estrondo muito forte lá na encosta do morro e havia ficado muito preocupado comigo.
Contei tudo o que havia ocorrido e que apesar do susto, do frio e do medo consegui abrigo e depois seguir viagem com tranqüilidade.
Hoje, lembro destes fatos com saudade e até me orgulho de situações que enfrentei apesar da tenra idade naquela época.
sexta-feira, novembro 03, 2006
O CRUZEIRO
Era uma criança humilde, encabulado, tímido, mas com sede de saber.
Lembro-me quando tinha meus cinco anos morava com meus pais na roça, passava maior parte do tempo na fazenda de meus avós. Vovó embora não letrada era uma pessoa culta. Contava que no seu tempo foi alfabetizada e instruída em casa. Não freqüentou escola, mas teve professor particular em casa, pois ela era a única mulher da família e teve educação a domicílio.
Enquanto cuidava dos afazeres da fazenda, com sua lida entre a cozinha, o monjolo e a administração geral sobrava tempo para orientar e incentivar-me na leitura e na audição de rádio.
Dizia, - “.Adarto” é muito importante a gente saber ler, saber o que está acontecendo no mundo. Vai ouvir o Repórter Esso para saber o que está acontecendo. Pegue jornal e vê as figuras, leia o que você puder.
Sempre trazia da cidade pacotes de jornais e deixava por lá. Sempre que me via desocupado, sem o que fazer mandava que arranjasse um canto na sala, geralmente deitado debaixo da mesa, ficar folheando algum jornal.
De vez em quando eu corria a pedir ajuda, explicação de algo que me chamava atenção.
Mas uma coisa que mais me deixou saudade e até sinto aquela sensação especial que sentia quando criança lá na roça era a esperada Revista O CRUZEIRO.
Engraçado mas, quando eu era criança o dia de Natal demora muito para chegar assim como nosso aniversário e outras datas como Semana Santa. Ficávamos ansiosos e o tempo não passava, demorava-se muito, muito mesmo!
Mamãe contava que lá na cidade grande Papai Noel comprava presentes e levava a todas as crianças e que havia grandes árvores com enfeites, lâmpadas e bolas coloridas e muita festa nesta época. Eu ficava noites e noites sonhando com o Papai Noel e procurando sua carruagem no meio das estrelas lá no céu. Mas não cansava de folhear e admirar cada página da Revista O CRUZEIRO que mamãe trazia da cidade. Havia muitas fotos do Papai Noel, de seu trenó, de suas renas!
A minha imaginação ia longe! Nada daquilo acontecia na fazenda, mas eu sonhava com Papai Noel e tinha certeza que ele pelo menos na noite de Natal viria deixar um presentinho para mim.
Logo percebi que apesar de acreditar na existência de Papai Noel sabia que nossos pais é que compravam os presentes. Mesmo sabendo disto eu fazia questão de manter o segredo, aquela atmosfera de segredo, suspenso mesmo sabendo antecipadamente o que mamãe havia comprado. Na véspera da noite de natal, conforme orientação de mamãe, eu sempre colocava meu sapato na janela e ia dormir e logo de manhã corria para ver o resultado, Ah quanta saudade desta época.E da Revista O CRUZEIRO a lembrança da magia que havia no mundo que vivi quando criança. Lembro do cheiro de suas folhas. Papel cheirando tinta. As cores fortes, as imagens chamativas. As propagandas engraçadas. A caricatura do Amigo da Onça. Ah que saudades de O CRUZEIRO !
Lembro-me quando tinha meus cinco anos morava com meus pais na roça, passava maior parte do tempo na fazenda de meus avós. Vovó embora não letrada era uma pessoa culta. Contava que no seu tempo foi alfabetizada e instruída em casa. Não freqüentou escola, mas teve professor particular em casa, pois ela era a única mulher da família e teve educação a domicílio.
Enquanto cuidava dos afazeres da fazenda, com sua lida entre a cozinha, o monjolo e a administração geral sobrava tempo para orientar e incentivar-me na leitura e na audição de rádio.
Dizia, - “.Adarto” é muito importante a gente saber ler, saber o que está acontecendo no mundo. Vai ouvir o Repórter Esso para saber o que está acontecendo. Pegue jornal e vê as figuras, leia o que você puder.
Sempre trazia da cidade pacotes de jornais e deixava por lá. Sempre que me via desocupado, sem o que fazer mandava que arranjasse um canto na sala, geralmente deitado debaixo da mesa, ficar folheando algum jornal.
De vez em quando eu corria a pedir ajuda, explicação de algo que me chamava atenção.
Mas uma coisa que mais me deixou saudade e até sinto aquela sensação especial que sentia quando criança lá na roça era a esperada Revista O CRUZEIRO.
Engraçado mas, quando eu era criança o dia de Natal demora muito para chegar assim como nosso aniversário e outras datas como Semana Santa. Ficávamos ansiosos e o tempo não passava, demorava-se muito, muito mesmo!
Mamãe contava que lá na cidade grande Papai Noel comprava presentes e levava a todas as crianças e que havia grandes árvores com enfeites, lâmpadas e bolas coloridas e muita festa nesta época. Eu ficava noites e noites sonhando com o Papai Noel e procurando sua carruagem no meio das estrelas lá no céu. Mas não cansava de folhear e admirar cada página da Revista O CRUZEIRO que mamãe trazia da cidade. Havia muitas fotos do Papai Noel, de seu trenó, de suas renas!
A minha imaginação ia longe! Nada daquilo acontecia na fazenda, mas eu sonhava com Papai Noel e tinha certeza que ele pelo menos na noite de Natal viria deixar um presentinho para mim.
Logo percebi que apesar de acreditar na existência de Papai Noel sabia que nossos pais é que compravam os presentes. Mesmo sabendo disto eu fazia questão de manter o segredo, aquela atmosfera de segredo, suspenso mesmo sabendo antecipadamente o que mamãe havia comprado. Na véspera da noite de natal, conforme orientação de mamãe, eu sempre colocava meu sapato na janela e ia dormir e logo de manhã corria para ver o resultado, Ah quanta saudade desta época.E da Revista O CRUZEIRO a lembrança da magia que havia no mundo que vivi quando criança. Lembro do cheiro de suas folhas. Papel cheirando tinta. As cores fortes, as imagens chamativas. As propagandas engraçadas. A caricatura do Amigo da Onça. Ah que saudades de O CRUZEIRO !
INCIDENTE BATIZADO
Era uma manhã ensolarada, a família toda reunida preparava-se para o batizado do meu primeiro irmãozinho. O padre arrumava-se para o a grande cerimônia, o batizado do sobrinho. Morávamos bem ao lado da igreja no pequeno vilarejo do Porto dos Mendes da década de cinqüenta. Naquele tempo corria garboso e ainda jovem o Rio Grande em direção a Serra de Boa Esperança. O mesmo rio que décadas antes servia de leito para os poderosos vapores que carregavam o progresso entre São Paulo, Minas e outros estados do Brasil.
Mas voltando aquele domingo, todos já na igreja aguardavam o padre Antonio iniciar o esperado batizado do Pascoal e da Neuza, nossa prima.
A família tinha mais de um motivo para tanta alegria, além das crianças queridas o celebrante era o padre Antonio, o querido tio Tonho.
Estavam todos em volta da Pia Batismal, eu ainda uma criança de quatro anos buscava um espaço para acompanhar aquela, (acho minha primeira) cerimônia religiosa. .
Não sabia se prestava mais atenção no meu irmão que chorava a beira da pia batismal ou se admirava as vestimentas brancas e a estola verde que tio Tonho usava.
De repente, algo inesperado que aconteceu lá fora quebrou o ritmo daquela cerimônia. A atenção toda se voltou para a rua lá fora. Eu, sem saber o quê ocorria, corri para a janela a procurava de uma explicação. Foi quando eu vi o tio Tonho colocando as mãos na cabeça de um homem que caiu do caminhão.
Na verdade o que ocorreu foi o seguinte, enquanto o batizado estava ocorrendo, um caminhão cheio de jogadores de futebol estava indo em direção a Balsa para atravessar o Rio Grande e um dos passageiros na euforia do grupo e depois de beber cachaça acabou caindo do caminhão e tio Tonho num ímpeto fraterno correu preparado para aplicar, se necessário, a extrema-unção
Porém, nada de mais grave aconteceu além de algum ferimento na cabeça e logo o padre retornou a igreja e a cerimônia continuou o seu ritmo festivo.
Terminando a cerimônia religiosa todos se uniram num grande almoço para comemorar os recém batizados e também festejar a presença do tio padre em nosso meio.
Mas voltando aquele domingo, todos já na igreja aguardavam o padre Antonio iniciar o esperado batizado do Pascoal e da Neuza, nossa prima.
A família tinha mais de um motivo para tanta alegria, além das crianças queridas o celebrante era o padre Antonio, o querido tio Tonho.
Estavam todos em volta da Pia Batismal, eu ainda uma criança de quatro anos buscava um espaço para acompanhar aquela, (acho minha primeira) cerimônia religiosa. .
Não sabia se prestava mais atenção no meu irmão que chorava a beira da pia batismal ou se admirava as vestimentas brancas e a estola verde que tio Tonho usava.
De repente, algo inesperado que aconteceu lá fora quebrou o ritmo daquela cerimônia. A atenção toda se voltou para a rua lá fora. Eu, sem saber o quê ocorria, corri para a janela a procurava de uma explicação. Foi quando eu vi o tio Tonho colocando as mãos na cabeça de um homem que caiu do caminhão.
Na verdade o que ocorreu foi o seguinte, enquanto o batizado estava ocorrendo, um caminhão cheio de jogadores de futebol estava indo em direção a Balsa para atravessar o Rio Grande e um dos passageiros na euforia do grupo e depois de beber cachaça acabou caindo do caminhão e tio Tonho num ímpeto fraterno correu preparado para aplicar, se necessário, a extrema-unção
Porém, nada de mais grave aconteceu além de algum ferimento na cabeça e logo o padre retornou a igreja e a cerimônia continuou o seu ritmo festivo.
Terminando a cerimônia religiosa todos se uniram num grande almoço para comemorar os recém batizados e também festejar a presença do tio padre em nosso meio.
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