sexta-feira, novembro 03, 2006

INCIDENTE BATIZADO

Era uma manhã ensolarada, a família toda reunida preparava-se para o batizado do meu primeiro irmãozinho. O padre arrumava-se para o a grande cerimônia, o batizado do sobrinho. Morávamos bem ao lado da igreja no pequeno vilarejo do Porto dos Mendes da década de cinqüenta. Naquele tempo corria garboso e ainda jovem o Rio Grande em direção a Serra de Boa Esperança. O mesmo rio que décadas antes servia de leito para os poderosos vapores que carregavam o progresso entre São Paulo, Minas e outros estados do Brasil.
Mas voltando aquele domingo, todos já na igreja aguardavam o padre Antonio iniciar o esperado batizado do Pascoal e da Neuza, nossa prima.
A família tinha mais de um motivo para tanta alegria, além das crianças queridas o celebrante era o padre Antonio, o querido tio Tonho.
Estavam todos em volta da Pia Batismal, eu ainda uma criança de quatro anos buscava um espaço para acompanhar aquela, (acho minha primeira) cerimônia religiosa. .
Não sabia se prestava mais atenção no meu irmão que chorava a beira da pia batismal ou se admirava as vestimentas brancas e a estola verde que tio Tonho usava.
De repente, algo inesperado que aconteceu lá fora quebrou o ritmo daquela cerimônia. A atenção toda se voltou para a rua lá fora. Eu, sem saber o quê ocorria, corri para a janela a procurava de uma explicação. Foi quando eu vi o tio Tonho colocando as mãos na cabeça de um homem que caiu do caminhão.
Na verdade o que ocorreu foi o seguinte, enquanto o batizado estava ocorrendo, um caminhão cheio de jogadores de futebol estava indo em direção a Balsa para atravessar o Rio Grande e um dos passageiros na euforia do grupo e depois de beber cachaça acabou caindo do caminhão e tio Tonho num ímpeto fraterno correu preparado para aplicar, se necessário, a extrema-unção
Porém, nada de mais grave aconteceu além de algum ferimento na cabeça e logo o padre retornou a igreja e a cerimônia continuou o seu ritmo festivo.
Terminando a cerimônia religiosa todos se uniram num grande almoço para comemorar os recém batizados e também festejar a presença do tio padre em nosso meio.

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CORUJA

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Meu elemento xamânico.