Era uma criança humilde, encabulado, tímido, mas com sede de saber.
Lembro-me quando tinha meus cinco anos morava com meus pais na roça, passava maior parte do tempo na fazenda de meus avós. Vovó embora não letrada era uma pessoa culta. Contava que no seu tempo foi alfabetizada e instruída em casa. Não freqüentou escola, mas teve professor particular em casa, pois ela era a única mulher da família e teve educação a domicílio.
Enquanto cuidava dos afazeres da fazenda, com sua lida entre a cozinha, o monjolo e a administração geral sobrava tempo para orientar e incentivar-me na leitura e na audição de rádio.
Dizia, - “.Adarto” é muito importante a gente saber ler, saber o que está acontecendo no mundo. Vai ouvir o Repórter Esso para saber o que está acontecendo. Pegue jornal e vê as figuras, leia o que você puder.
Sempre trazia da cidade pacotes de jornais e deixava por lá. Sempre que me via desocupado, sem o que fazer mandava que arranjasse um canto na sala, geralmente deitado debaixo da mesa, ficar folheando algum jornal.
De vez em quando eu corria a pedir ajuda, explicação de algo que me chamava atenção.
Mas uma coisa que mais me deixou saudade e até sinto aquela sensação especial que sentia quando criança lá na roça era a esperada Revista O CRUZEIRO.
Engraçado mas, quando eu era criança o dia de Natal demora muito para chegar assim como nosso aniversário e outras datas como Semana Santa. Ficávamos ansiosos e o tempo não passava, demorava-se muito, muito mesmo!
Mamãe contava que lá na cidade grande Papai Noel comprava presentes e levava a todas as crianças e que havia grandes árvores com enfeites, lâmpadas e bolas coloridas e muita festa nesta época. Eu ficava noites e noites sonhando com o Papai Noel e procurando sua carruagem no meio das estrelas lá no céu. Mas não cansava de folhear e admirar cada página da Revista O CRUZEIRO que mamãe trazia da cidade. Havia muitas fotos do Papai Noel, de seu trenó, de suas renas!
A minha imaginação ia longe! Nada daquilo acontecia na fazenda, mas eu sonhava com Papai Noel e tinha certeza que ele pelo menos na noite de Natal viria deixar um presentinho para mim.
Logo percebi que apesar de acreditar na existência de Papai Noel sabia que nossos pais é que compravam os presentes. Mesmo sabendo disto eu fazia questão de manter o segredo, aquela atmosfera de segredo, suspenso mesmo sabendo antecipadamente o que mamãe havia comprado. Na véspera da noite de natal, conforme orientação de mamãe, eu sempre colocava meu sapato na janela e ia dormir e logo de manhã corria para ver o resultado, Ah quanta saudade desta época.E da Revista O CRUZEIRO a lembrança da magia que havia no mundo que vivi quando criança. Lembro do cheiro de suas folhas. Papel cheirando tinta. As cores fortes, as imagens chamativas. As propagandas engraçadas. A caricatura do Amigo da Onça. Ah que saudades de O CRUZEIRO !
Lembro-me quando tinha meus cinco anos morava com meus pais na roça, passava maior parte do tempo na fazenda de meus avós. Vovó embora não letrada era uma pessoa culta. Contava que no seu tempo foi alfabetizada e instruída em casa. Não freqüentou escola, mas teve professor particular em casa, pois ela era a única mulher da família e teve educação a domicílio.
Enquanto cuidava dos afazeres da fazenda, com sua lida entre a cozinha, o monjolo e a administração geral sobrava tempo para orientar e incentivar-me na leitura e na audição de rádio.
Dizia, - “.Adarto” é muito importante a gente saber ler, saber o que está acontecendo no mundo. Vai ouvir o Repórter Esso para saber o que está acontecendo. Pegue jornal e vê as figuras, leia o que você puder.
Sempre trazia da cidade pacotes de jornais e deixava por lá. Sempre que me via desocupado, sem o que fazer mandava que arranjasse um canto na sala, geralmente deitado debaixo da mesa, ficar folheando algum jornal.
De vez em quando eu corria a pedir ajuda, explicação de algo que me chamava atenção.
Mas uma coisa que mais me deixou saudade e até sinto aquela sensação especial que sentia quando criança lá na roça era a esperada Revista O CRUZEIRO.
Engraçado mas, quando eu era criança o dia de Natal demora muito para chegar assim como nosso aniversário e outras datas como Semana Santa. Ficávamos ansiosos e o tempo não passava, demorava-se muito, muito mesmo!
Mamãe contava que lá na cidade grande Papai Noel comprava presentes e levava a todas as crianças e que havia grandes árvores com enfeites, lâmpadas e bolas coloridas e muita festa nesta época. Eu ficava noites e noites sonhando com o Papai Noel e procurando sua carruagem no meio das estrelas lá no céu. Mas não cansava de folhear e admirar cada página da Revista O CRUZEIRO que mamãe trazia da cidade. Havia muitas fotos do Papai Noel, de seu trenó, de suas renas!
A minha imaginação ia longe! Nada daquilo acontecia na fazenda, mas eu sonhava com Papai Noel e tinha certeza que ele pelo menos na noite de Natal viria deixar um presentinho para mim.
Logo percebi que apesar de acreditar na existência de Papai Noel sabia que nossos pais é que compravam os presentes. Mesmo sabendo disto eu fazia questão de manter o segredo, aquela atmosfera de segredo, suspenso mesmo sabendo antecipadamente o que mamãe havia comprado. Na véspera da noite de natal, conforme orientação de mamãe, eu sempre colocava meu sapato na janela e ia dormir e logo de manhã corria para ver o resultado, Ah quanta saudade desta época.E da Revista O CRUZEIRO a lembrança da magia que havia no mundo que vivi quando criança. Lembro do cheiro de suas folhas. Papel cheirando tinta. As cores fortes, as imagens chamativas. As propagandas engraçadas. A caricatura do Amigo da Onça. Ah que saudades de O CRUZEIRO !
Um comentário:
Olá Adauto, obrigada pela visita e pelos comentários. Andei dando uma olhada no seu blog e fiquei maravilhada! Gostei da forma que você dá "vida" às palavras. Um abraço e continue a me 'visitar'. Flávia
Postar um comentário