quinta-feira, outubro 07, 2010
quarta-feira, maio 12, 2010
sábado, maio 01, 2010
UM ANJO CANINO - DUQUE
Duque, meu novo cão, era meu amigo inseparável, estava sempre ao meu lado. Era de fato muito, mas muito ciumento e não admitia nenhuma pessoa se aproximar de mim, principalmente tocar-me. Isto era com as pessoas de casa, mulher, filhos, vizinhos, com todos.
(Atacando minha filha de surpresa)
Certa vez minha filha estava em casa, veio visitar-me e estávamos no corredor conversando enquanto Duque nos espreitava. Ela já o conhecia e ele sempre se mostrou amigável. Mas de repente ela num gesto de me abraçar foi atacada pelas costas levando uma mordida na perna. Corri com ela para o pronto-socorro para procedimento médico para prevenir algo mais grave. Antes, porém, mostrei ao cachorro que não gostei repreendendo-o. Mais tarde tentei castigá-lo por isso, mas na verdade pensei na sua atitude, no motivo que o levou a agir assim. Para um cão isso nada mais foi do que uma atitude para proteger seu dono. Eu procurei manter Duque distante, em algum lugar seguro para que não atacasse ninguém principalmente quando estava se alimentando, ah... ai ninguém chegava mesmo próximo a ele, somente eu. Afinal instinto é instinto! Num certo dia, Duque encontrava-se na laje da garagem, de frente para a rua enquanto eu fui ao portão receber o carteiro. Abri o portão, sai até a calçada para receber a correspondência e então de repente percebi o vulto do cão que saltava em direção ao carteiro. Mal deu tempo de empurrar o carteiro para o lado e numa tentativa de conter o cachorro abraçá-lo. Fomos os dois para o chão e o carteiro mal conseguiu adentrar o portão da casa do vizinho e se esconder no corredor. Para Duque ele estava fazendo o seu papel de guarda, protetor, defensor de seu dono. Para o carteiro um grande susto e o alívio de ser salvo por encontrar o portão aberto e se esconder no corredor da casa vizinha. E para mim o alivio de ter protegido o carteiro e não ter podido proteger-me de levar um tombo e ter meus braços e pernas ralados no asfalto. Dias mais tarde estava eu trabalhando na construção desta nova casa quando de repente desequilibrei-me caindo de costa nos degraus da escada que levava ao andar inferior. Estava sozinho acompanhado apenas do Duque. Ao cair, bati as costas nos degraus e fiquei momentaneamente sem movimentos e com dificuldade de respirar. Não deu tempo nem de pensar no que fazer. Só percebi quando o Duque caminhava em minha direção seguido por dois senhores que trabalhavam na casa ao lado. Disseram então que a insistência do cão foi tantas que eles não pensaram duas vezes adentraram ao terreno, a casa onde eu estava e me encontraram. Felizmente não aconteceu nada de mais sério além de luxação e uma trinca de uma das vértebras. Mas lá estava meu anjo da guarda em forma canina zelando por mim!
(Atacando minha filha de surpresa)
Certa vez minha filha estava em casa, veio visitar-me e estávamos no corredor conversando enquanto Duque nos espreitava. Ela já o conhecia e ele sempre se mostrou amigável. Mas de repente ela num gesto de me abraçar foi atacada pelas costas levando uma mordida na perna. Corri com ela para o pronto-socorro para procedimento médico para prevenir algo mais grave. Antes, porém, mostrei ao cachorro que não gostei repreendendo-o. Mais tarde tentei castigá-lo por isso, mas na verdade pensei na sua atitude, no motivo que o levou a agir assim. Para um cão isso nada mais foi do que uma atitude para proteger seu dono. Eu procurei manter Duque distante, em algum lugar seguro para que não atacasse ninguém principalmente quando estava se alimentando, ah... ai ninguém chegava mesmo próximo a ele, somente eu. Afinal instinto é instinto! Num certo dia, Duque encontrava-se na laje da garagem, de frente para a rua enquanto eu fui ao portão receber o carteiro. Abri o portão, sai até a calçada para receber a correspondência e então de repente percebi o vulto do cão que saltava em direção ao carteiro. Mal deu tempo de empurrar o carteiro para o lado e numa tentativa de conter o cachorro abraçá-lo. Fomos os dois para o chão e o carteiro mal conseguiu adentrar o portão da casa do vizinho e se esconder no corredor. Para Duque ele estava fazendo o seu papel de guarda, protetor, defensor de seu dono. Para o carteiro um grande susto e o alívio de ser salvo por encontrar o portão aberto e se esconder no corredor da casa vizinha. E para mim o alivio de ter protegido o carteiro e não ter podido proteger-me de levar um tombo e ter meus braços e pernas ralados no asfalto. Dias mais tarde estava eu trabalhando na construção desta nova casa quando de repente desequilibrei-me caindo de costa nos degraus da escada que levava ao andar inferior. Estava sozinho acompanhado apenas do Duque. Ao cair, bati as costas nos degraus e fiquei momentaneamente sem movimentos e com dificuldade de respirar. Não deu tempo nem de pensar no que fazer. Só percebi quando o Duque caminhava em minha direção seguido por dois senhores que trabalhavam na casa ao lado. Disseram então que a insistência do cão foi tantas que eles não pensaram duas vezes adentraram ao terreno, a casa onde eu estava e me encontraram. Felizmente não aconteceu nada de mais sério além de luxação e uma trinca de uma das vértebras. Mas lá estava meu anjo da guarda em forma canina zelando por mim!
DUQUE - UM NOVO AMIGO
Certa vez, recebi o telefonema de um cunhado indagando-me se eu gostaria de ganhar outro cão pastor alemão, não titubeei e disse claro que quero. Então combinamos o dia e à hora de ir ao local ver e pegar o cachorro.
Fui eu e meu cunhado numa perua Kombi em busca do cão a ser doado. Encontramos a casa e logo uma senhora veio nos atender e sabendo de nosso interesse pelo cão foi logo avisando, o cachorro é muito bravo, cuidado a gente não se responsabiliza, viu moço.
Eu concordei e pedi autorização para ir até o quintal da casa, nos fundos. A situação eu já conhecia, lá estava um lindo cão, de aparência pouco amistosa, nervoso e disposto a mostrar seus fortes dentes.
Da mesma forma que eu havia experimentado com o Rhoss, meu cão anterior que morrera enforcado, aproximei-me dele e estendi minha mão oferecendo um pedaço de pão que sua dona havia me dado. O pão em minha mão não lhe atraiu muito não, pois quanto mais me aproximava mais raivoso latia. A situação era a mesma que eu já presenciara, preso junto a um tronco de árvore com uma forte corrente ao relento devia estar ali há muito tempo sofrendo.
Não desisti e continuei tentando acalmar aquele cão apenas estendendo minha mão até que ele foi se acalmando, e até resolveu comer aquele pedaço de pão. Eu pacientemente aguardei por alguns minutos e depois continuei a me aproximar. Foi ai que percebi o animal já calmo e permitindo que eu acariciasse sua cabeça. Comecei a afagar seu pescoço e logo me encorajei a soltá-lo daquele tronco trazendo-o para junto de mim e num gesto convidativo a sair ao que fui correspondido.
Diante de todos que se escondiam num canto da casa, com as portas fechadas eu dirigi-me até ao veículo que estava em frente da casa e entrei e sentei-me no banco traseiro colocando o cão sentado ao meu lado o qual quase numa atitude de gratidão respirava ofegante, com a língua de fora, ora me olhando ora encarando as pessoas boquiabertas lá fora.
Assim nos despedimos de sua já ex-dona e seguimos viagem para casa. Acabava de ganhar um novo amigo, o Duque, e a felicidade estava estampada em ambos.
Fui eu e meu cunhado numa perua Kombi em busca do cão a ser doado. Encontramos a casa e logo uma senhora veio nos atender e sabendo de nosso interesse pelo cão foi logo avisando, o cachorro é muito bravo, cuidado a gente não se responsabiliza, viu moço.
Eu concordei e pedi autorização para ir até o quintal da casa, nos fundos. A situação eu já conhecia, lá estava um lindo cão, de aparência pouco amistosa, nervoso e disposto a mostrar seus fortes dentes.
Da mesma forma que eu havia experimentado com o Rhoss, meu cão anterior que morrera enforcado, aproximei-me dele e estendi minha mão oferecendo um pedaço de pão que sua dona havia me dado. O pão em minha mão não lhe atraiu muito não, pois quanto mais me aproximava mais raivoso latia. A situação era a mesma que eu já presenciara, preso junto a um tronco de árvore com uma forte corrente ao relento devia estar ali há muito tempo sofrendo.
Não desisti e continuei tentando acalmar aquele cão apenas estendendo minha mão até que ele foi se acalmando, e até resolveu comer aquele pedaço de pão. Eu pacientemente aguardei por alguns minutos e depois continuei a me aproximar. Foi ai que percebi o animal já calmo e permitindo que eu acariciasse sua cabeça. Comecei a afagar seu pescoço e logo me encorajei a soltá-lo daquele tronco trazendo-o para junto de mim e num gesto convidativo a sair ao que fui correspondido.
Diante de todos que se escondiam num canto da casa, com as portas fechadas eu dirigi-me até ao veículo que estava em frente da casa e entrei e sentei-me no banco traseiro colocando o cão sentado ao meu lado o qual quase numa atitude de gratidão respirava ofegante, com a língua de fora, ora me olhando ora encarando as pessoas boquiabertas lá fora.
Assim nos despedimos de sua já ex-dona e seguimos viagem para casa. Acabava de ganhar um novo amigo, o Duque, e a felicidade estava estampada em ambos.
RHOSS - FIM TRÁGICO
Certa ocasião a minha família havia viajado e eu havia ficado só em casa, pois eu estava trabalhando e não estava de férias.
Foi num dia no final da tarde quando voltava do serviço que encontrei o portão de entrada entreaberto. Como sabia não haver ninguém em casa eu logo desconfiei de haver alguém dentro de casa, um ladrão.
Entrei pela lateral que levava ao corredor dos fundos onde o cão estava preso e soltei-o imediatamente.
Não precisei dizer nada, ele passou a minha frente subiu rapidamente as escadas e logo encontrou a porta da sala arrombada pela qual se adentrou a casa. Percebendo que ele havia encontrado alguém lá no interior da casa eu corri para a casa vizinha para ligar para a polícia.
Quando a polícia chegou encontrou apenas o fiel companheiro guardando a casa, postado na porta do quarto diante de vários pertences espalhados pelo carpete do quarto ao meio de filetes de sangue que se espalhava em direção ao terraço.
Logo o vizinho dos fundos chegou para avisar a polícia que ali já estava atendendo a ocorrência de que havia visto um indivíduo saltando para o terreno ao lado em fuga. O gatuno saltou cerca de quase quatro metros para fugir do cão policial.
Passado alguns anos por motivo de separação ao me mudar confiei a guarda da casa e da família ao fiel amigo canino. A partir daí, nossa convivência passou a ser esporádica quase não o via mais. Pouco tempo depois recebo a notícia de que o Rhoss havia morrido e a ex-mulher pediu para que eu fosse lá retirar o cachorro.
Chegando a casa naquele mesmo dia, fiquei estupefato com a cena vista, encontrei o meu amigo enforcado, dependurado na piscina que ainda estava sendo construída. Proposital ou não, mero acaso ou por algum outro motivo... lá estava o Rhoss dependurado na parede da piscina. Como estava em construção, havia as pontas de ferros em forma de garras na beirada da calçada e como o cão fora amarrado próximo a esta beirada ele deve ter escorregado e seu pescoço ficou preso a uma garra do ferro que certamente pegou a veia arterial levando-o a morte rápida.
Nada mais podia fazer a não ser levá-lo a colina e enterrá-lo junto às árvores e assim despedir-me daquele amigo inesquecível.
Foi num dia no final da tarde quando voltava do serviço que encontrei o portão de entrada entreaberto. Como sabia não haver ninguém em casa eu logo desconfiei de haver alguém dentro de casa, um ladrão.
Entrei pela lateral que levava ao corredor dos fundos onde o cão estava preso e soltei-o imediatamente.
Não precisei dizer nada, ele passou a minha frente subiu rapidamente as escadas e logo encontrou a porta da sala arrombada pela qual se adentrou a casa. Percebendo que ele havia encontrado alguém lá no interior da casa eu corri para a casa vizinha para ligar para a polícia.
Quando a polícia chegou encontrou apenas o fiel companheiro guardando a casa, postado na porta do quarto diante de vários pertences espalhados pelo carpete do quarto ao meio de filetes de sangue que se espalhava em direção ao terraço.
Logo o vizinho dos fundos chegou para avisar a polícia que ali já estava atendendo a ocorrência de que havia visto um indivíduo saltando para o terreno ao lado em fuga. O gatuno saltou cerca de quase quatro metros para fugir do cão policial.
Passado alguns anos por motivo de separação ao me mudar confiei a guarda da casa e da família ao fiel amigo canino. A partir daí, nossa convivência passou a ser esporádica quase não o via mais. Pouco tempo depois recebo a notícia de que o Rhoss havia morrido e a ex-mulher pediu para que eu fosse lá retirar o cachorro.
Chegando a casa naquele mesmo dia, fiquei estupefato com a cena vista, encontrei o meu amigo enforcado, dependurado na piscina que ainda estava sendo construída. Proposital ou não, mero acaso ou por algum outro motivo... lá estava o Rhoss dependurado na parede da piscina. Como estava em construção, havia as pontas de ferros em forma de garras na beirada da calçada e como o cão fora amarrado próximo a esta beirada ele deve ter escorregado e seu pescoço ficou preso a uma garra do ferro que certamente pegou a veia arterial levando-o a morte rápida.
Nada mais podia fazer a não ser levá-lo a colina e enterrá-lo junto às árvores e assim despedir-me daquele amigo inesquecível.
Rhoss, um policial acuado e acorrentado...
Início dos anos oitenta eu acabava de me mudar com a família para uma nova casa. Chegou ao meu conhecimento informação sobre um cachorro policial, um pastor alemão que estava sendo doado. Tratava-se de um animal feroz e que fora rejeitado até pela policia militar por se tratar de um animal já adulto, rebelde e bravo.
Eu não hesitei, era tudo que eu queria um pastor alemão. Quanto a sua braveza não me assustava. Procurei a casa que me indicaram e manifestei a vontade de conhecer e levar o cachorro. Fui alertado pelo proprietário que o animal era muito bravo e que ele não se responsabilizava caso eu fosse mordido. Eu afirmei de que isso não era problema, apenas que me deixasse conversar com o cachorro.
Aquele senhor convidou-me a entrar em sua casa, abriu a porta do quintal dos fundos e depois que eu entrei ele se afastou deixando-me lá sozinho.
Olhei para os lados e logo percebi o cão que rosnava e mostrava-se descontente com minha presença. Percebendo que estava acorrentado junto ao tronco de uma árvore dirigi-me em sua direção lentamente estendendo minhas mãos. Mostrando-se bastante irritado, mostrava seus dentes e toda a sua raiva.
Não me deixei ser intimidado e calmamente foi me aproximando e estendendo cada vez mais minhas mãos, até que comecei a tocar sua cabeça. Percebi que ele começou a acalmar, diminuindo sua raiva e silenciando. Em alguns minutos comecei a ouvir um novo tipo de som, um uivado abafado passando a um simples grunhido.
Percebi então que acabava de ganhar um amigo e logo me encorajei a soltar a corrente que o prendia naquele tronco e segurando-o pela coleira levantei e para espanto daquele senhor e dos que estavam na casa sai acompanhado daquele cão que balançava o rabo numa atitude de felicidade, de alegria.
Os anos que seguiram foram de muita alegria para ambos. Acabava de mudar para uma casa que estava construindo com uma linda família.
Rhoss adotou-me logo como seu dono e mostrava-se muito feliz, como meus filhos eram pequenos resolvi deixar o cão sempre preso e soltá-lo apenas quando estivesse junto em casa e assim fazia. De vez em quando o soltava e abria a porta de meu carro e levava-o comigo até a padaria ou outro lugar como companhia.
Éramos dois amigos, nos orgulhávamos um do outro. Isto era visível, estava estampado em ambos.
Eu não hesitei, era tudo que eu queria um pastor alemão. Quanto a sua braveza não me assustava. Procurei a casa que me indicaram e manifestei a vontade de conhecer e levar o cachorro. Fui alertado pelo proprietário que o animal era muito bravo e que ele não se responsabilizava caso eu fosse mordido. Eu afirmei de que isso não era problema, apenas que me deixasse conversar com o cachorro.
Aquele senhor convidou-me a entrar em sua casa, abriu a porta do quintal dos fundos e depois que eu entrei ele se afastou deixando-me lá sozinho.
Olhei para os lados e logo percebi o cão que rosnava e mostrava-se descontente com minha presença. Percebendo que estava acorrentado junto ao tronco de uma árvore dirigi-me em sua direção lentamente estendendo minhas mãos. Mostrando-se bastante irritado, mostrava seus dentes e toda a sua raiva.
Não me deixei ser intimidado e calmamente foi me aproximando e estendendo cada vez mais minhas mãos, até que comecei a tocar sua cabeça. Percebi que ele começou a acalmar, diminuindo sua raiva e silenciando. Em alguns minutos comecei a ouvir um novo tipo de som, um uivado abafado passando a um simples grunhido.
Percebi então que acabava de ganhar um amigo e logo me encorajei a soltar a corrente que o prendia naquele tronco e segurando-o pela coleira levantei e para espanto daquele senhor e dos que estavam na casa sai acompanhado daquele cão que balançava o rabo numa atitude de felicidade, de alegria.
Os anos que seguiram foram de muita alegria para ambos. Acabava de mudar para uma casa que estava construindo com uma linda família.
Rhoss adotou-me logo como seu dono e mostrava-se muito feliz, como meus filhos eram pequenos resolvi deixar o cão sempre preso e soltá-lo apenas quando estivesse junto em casa e assim fazia. De vez em quando o soltava e abria a porta de meu carro e levava-o comigo até a padaria ou outro lugar como companhia.
Éramos dois amigos, nos orgulhávamos um do outro. Isto era visível, estava estampado em ambos.
MELHOR AMIGO DO HOMEM - O CÃO
Quero deixar aqui registrado a minha concordância com as afirmações de que o cão é o melhor amigo do homem e de que há entre o cão e o homem uma ligação muito maior que podemos imaginar.
E de que dos animais, talvez o cão seja aquele que mais sintoniza com a mente humana. O cão assim como o homem é um ser extra-sensitivo, o cão por um lado permanece com estes instintos puros, incorruptíveis enquanto o homem pelo contexto em que vive já perdeu ou deixou adormecer boa parcela desta sua capacidade nata. É possuidor de uma sensibilidade inigualável capaz de sentir e pressentir coisas que escapam ao sentido humano.
Proponho-me aqui narrar as minhas principais experiência com O Cães, os cachorros, como dizia São Francisco de Assis, “nossos irmãos” (de quatro patas).
Sessenta anos já se passaram, mas a lembrança de meu primeiro amiguinho não. Norte era o cão que vivia na fazenda de meus avós. A raça dele não me lembro bem. Apenas me recordo que era um cão robusto, dócil, acho que pode até ter sido um lavrador, ou parecido com esta raça. Sei que era um cão da fazenda acostumado a ajudar meu avô na lida com o gado e nas horas vagas meu companheiro e amigo inseparável. Ele até me deixava montá-lo como se fosse meu cavalinho...
Infelizmente o destino nos separou muito antes ainda de meus pais se mudarem da fazenda para a cidade. Ainda me recordo que era costume do Norte ausentar se periodicamente, quase diariamente para ir até a fazenda do tio Orozimbo (não sei o porquê),distante cerca de mais ou menos 5 quilômetros, mas sempre retornava no mesmo dia. Certa vez ao cair da tarde vovó sentiu a ausência do Norte com a chegada da noite. Preocupada vovó comentou com o vovô:
- João estou preocupada com o Norte, ele sempre que vai no Orozimbo volta antes do anoitecer!
- Verdade Anita, é mesmo, ele sempre volta antes da noite chegar, vou dar uma espiada lá fora e pedir para o Zé Soares e os meninos dar uma procurada.
Então vovô saiu fiquei com vovó lá na cozinha, a noite caiu e não ouvi mais falar no assunto e devo ter caído no sono logo. Só no dia seguinte acordei já ouvindo meu avô perguntando para o empregado:
- Zé, você e os meninos encontraram o Norte por ai?
- “Num sei cumpadi”, mas mandei o Carlinho ir até o Orozimbo, seguir a estrada e sondar o que aconteceu.
Eu fiquei a observar o Morro da Onça lá no horizonte (a Leste) imaginando que ele bem poderia saber o que acontecera, pois, em sua imponência toda, ficava sempre a espreitar a todos que passava na estrada a seus pés.
O almoço nem estava pronto ainda ouvi o Zé Soares chamando vovô, indo a sua direção lá no paiol. Logo vovô veio em direção à varanda e foi logo chamando vovó.
- Anita, Anita! Os meninos do Zé Soares encontraram o Norte morto lá na estrada, lá no Morro da Onça. Ele devia estar voltando ontem quando foi mordido por um cascavel. Tá lá todo inchado e com o sinal dos dentes da cobra na coxa.
- “Ara”, “ara”.. vê se pode João! Ele sempre ia e “vortava”. Como pode tê acontecido
”issu”?
Lembro ainda de depois um longo silêncio tomar conta lá da casa. Parece que até os animais lá fora, as vacas, os bezerros, os pássaros... ficaram em silêncio. Eu lembro-me que permaneci onde estava brincando, debaixo da mesa da cozinha, sem palavras, só depois de um bom tempo toquei no assunto e só depois de muitas décadas volto a lembrar do amigo querido.
Norte, um cão que sempre ia para o Leste e um dia ele não voltou nunca mais !
E de que dos animais, talvez o cão seja aquele que mais sintoniza com a mente humana. O cão assim como o homem é um ser extra-sensitivo, o cão por um lado permanece com estes instintos puros, incorruptíveis enquanto o homem pelo contexto em que vive já perdeu ou deixou adormecer boa parcela desta sua capacidade nata. É possuidor de uma sensibilidade inigualável capaz de sentir e pressentir coisas que escapam ao sentido humano.
Proponho-me aqui narrar as minhas principais experiência com O Cães, os cachorros, como dizia São Francisco de Assis, “nossos irmãos” (de quatro patas).
Sessenta anos já se passaram, mas a lembrança de meu primeiro amiguinho não. Norte era o cão que vivia na fazenda de meus avós. A raça dele não me lembro bem. Apenas me recordo que era um cão robusto, dócil, acho que pode até ter sido um lavrador, ou parecido com esta raça. Sei que era um cão da fazenda acostumado a ajudar meu avô na lida com o gado e nas horas vagas meu companheiro e amigo inseparável. Ele até me deixava montá-lo como se fosse meu cavalinho...
Infelizmente o destino nos separou muito antes ainda de meus pais se mudarem da fazenda para a cidade. Ainda me recordo que era costume do Norte ausentar se periodicamente, quase diariamente para ir até a fazenda do tio Orozimbo (não sei o porquê),distante cerca de mais ou menos 5 quilômetros, mas sempre retornava no mesmo dia. Certa vez ao cair da tarde vovó sentiu a ausência do Norte com a chegada da noite. Preocupada vovó comentou com o vovô:
- João estou preocupada com o Norte, ele sempre que vai no Orozimbo volta antes do anoitecer!
- Verdade Anita, é mesmo, ele sempre volta antes da noite chegar, vou dar uma espiada lá fora e pedir para o Zé Soares e os meninos dar uma procurada.
Então vovô saiu fiquei com vovó lá na cozinha, a noite caiu e não ouvi mais falar no assunto e devo ter caído no sono logo. Só no dia seguinte acordei já ouvindo meu avô perguntando para o empregado:
- Zé, você e os meninos encontraram o Norte por ai?
- “Num sei cumpadi”, mas mandei o Carlinho ir até o Orozimbo, seguir a estrada e sondar o que aconteceu.
Eu fiquei a observar o Morro da Onça lá no horizonte (a Leste) imaginando que ele bem poderia saber o que acontecera, pois, em sua imponência toda, ficava sempre a espreitar a todos que passava na estrada a seus pés.
O almoço nem estava pronto ainda ouvi o Zé Soares chamando vovô, indo a sua direção lá no paiol. Logo vovô veio em direção à varanda e foi logo chamando vovó.
- Anita, Anita! Os meninos do Zé Soares encontraram o Norte morto lá na estrada, lá no Morro da Onça. Ele devia estar voltando ontem quando foi mordido por um cascavel. Tá lá todo inchado e com o sinal dos dentes da cobra na coxa.
- “Ara”, “ara”.. vê se pode João! Ele sempre ia e “vortava”. Como pode tê acontecido
”issu”?
Lembro ainda de depois um longo silêncio tomar conta lá da casa. Parece que até os animais lá fora, as vacas, os bezerros, os pássaros... ficaram em silêncio. Eu lembro-me que permaneci onde estava brincando, debaixo da mesa da cozinha, sem palavras, só depois de um bom tempo toquei no assunto e só depois de muitas décadas volto a lembrar do amigo querido.
Norte, um cão que sempre ia para o Leste e um dia ele não voltou nunca mais !
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