Certa ocasião a minha família havia viajado e eu havia ficado só em casa, pois eu estava trabalhando e não estava de férias.
Foi num dia no final da tarde quando voltava do serviço que encontrei o portão de entrada entreaberto. Como sabia não haver ninguém em casa eu logo desconfiei de haver alguém dentro de casa, um ladrão.
Entrei pela lateral que levava ao corredor dos fundos onde o cão estava preso e soltei-o imediatamente.
Não precisei dizer nada, ele passou a minha frente subiu rapidamente as escadas e logo encontrou a porta da sala arrombada pela qual se adentrou a casa. Percebendo que ele havia encontrado alguém lá no interior da casa eu corri para a casa vizinha para ligar para a polícia.
Quando a polícia chegou encontrou apenas o fiel companheiro guardando a casa, postado na porta do quarto diante de vários pertences espalhados pelo carpete do quarto ao meio de filetes de sangue que se espalhava em direção ao terraço.
Logo o vizinho dos fundos chegou para avisar a polícia que ali já estava atendendo a ocorrência de que havia visto um indivíduo saltando para o terreno ao lado em fuga. O gatuno saltou cerca de quase quatro metros para fugir do cão policial.
Passado alguns anos por motivo de separação ao me mudar confiei a guarda da casa e da família ao fiel amigo canino. A partir daí, nossa convivência passou a ser esporádica quase não o via mais. Pouco tempo depois recebo a notícia de que o Rhoss havia morrido e a ex-mulher pediu para que eu fosse lá retirar o cachorro.
Chegando a casa naquele mesmo dia, fiquei estupefato com a cena vista, encontrei o meu amigo enforcado, dependurado na piscina que ainda estava sendo construída. Proposital ou não, mero acaso ou por algum outro motivo... lá estava o Rhoss dependurado na parede da piscina. Como estava em construção, havia as pontas de ferros em forma de garras na beirada da calçada e como o cão fora amarrado próximo a esta beirada ele deve ter escorregado e seu pescoço ficou preso a uma garra do ferro que certamente pegou a veia arterial levando-o a morte rápida.
Nada mais podia fazer a não ser levá-lo a colina e enterrá-lo junto às árvores e assim despedir-me daquele amigo inesquecível.
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