Duque, meu novo cão, era meu amigo inseparável, estava sempre ao meu lado. Era de fato muito, mas muito ciumento e não admitia nenhuma pessoa se aproximar de mim, principalmente tocar-me. Isto era com as pessoas de casa, mulher, filhos, vizinhos, com todos.
(Atacando minha filha de surpresa)
Certa vez minha filha estava em casa, veio visitar-me e estávamos no corredor conversando enquanto Duque nos espreitava. Ela já o conhecia e ele sempre se mostrou amigável. Mas de repente ela num gesto de me abraçar foi atacada pelas costas levando uma mordida na perna. Corri com ela para o pronto-socorro para procedimento médico para prevenir algo mais grave. Antes, porém, mostrei ao cachorro que não gostei repreendendo-o. Mais tarde tentei castigá-lo por isso, mas na verdade pensei na sua atitude, no motivo que o levou a agir assim. Para um cão isso nada mais foi do que uma atitude para proteger seu dono. Eu procurei manter Duque distante, em algum lugar seguro para que não atacasse ninguém principalmente quando estava se alimentando, ah... ai ninguém chegava mesmo próximo a ele, somente eu. Afinal instinto é instinto! Num certo dia, Duque encontrava-se na laje da garagem, de frente para a rua enquanto eu fui ao portão receber o carteiro. Abri o portão, sai até a calçada para receber a correspondência e então de repente percebi o vulto do cão que saltava em direção ao carteiro. Mal deu tempo de empurrar o carteiro para o lado e numa tentativa de conter o cachorro abraçá-lo. Fomos os dois para o chão e o carteiro mal conseguiu adentrar o portão da casa do vizinho e se esconder no corredor. Para Duque ele estava fazendo o seu papel de guarda, protetor, defensor de seu dono. Para o carteiro um grande susto e o alívio de ser salvo por encontrar o portão aberto e se esconder no corredor da casa vizinha. E para mim o alivio de ter protegido o carteiro e não ter podido proteger-me de levar um tombo e ter meus braços e pernas ralados no asfalto. Dias mais tarde estava eu trabalhando na construção desta nova casa quando de repente desequilibrei-me caindo de costa nos degraus da escada que levava ao andar inferior. Estava sozinho acompanhado apenas do Duque. Ao cair, bati as costas nos degraus e fiquei momentaneamente sem movimentos e com dificuldade de respirar. Não deu tempo nem de pensar no que fazer. Só percebi quando o Duque caminhava em minha direção seguido por dois senhores que trabalhavam na casa ao lado. Disseram então que a insistência do cão foi tantas que eles não pensaram duas vezes adentraram ao terreno, a casa onde eu estava e me encontraram. Felizmente não aconteceu nada de mais sério além de luxação e uma trinca de uma das vértebras. Mas lá estava meu anjo da guarda em forma canina zelando por mim!
Nenhum comentário:
Postar um comentário